segunda-feira, 17 de agosto de 2009

APESAR DA PINTA ......

Cruzeiro dá vexame e perde a Libertadores em pleno Mineirão

A queda do favorito. Assim podemos definir o quê aconteceu com o Cruzeiro na final da 50ª taça Libertadores da América, o torneio mais importante do continente. Durante toda a competição o Cruzeiro foi tido como um dos favoritos ao título. Digo um dos, pois, além do Cruzeiro, São Paulo, atual tricampeão brasileiro, Grêmio e o poderoso Boca Júniors eram as equipes mais cotadas a levantar a taça de maior importância das Américas.
O Cruzeiro se comportou bem durante toda a competição. Fez uma boa campanha na fase classificatória e se classificou como primeiro colocado de seu grupo. Se comportou muito bem nas fases eliminatórias, mas na final não correspondeu às expectativas e decepcionou sua torcida. Na fase de oitavas de final não encontrou dificuldades, venceu as duas partidas enfrentando a equipe da Univesidad do Chile. Venceu a primeira partida, fora de casa por 2 a 1 e no Mineirão também venceu garantindo a classificação para as quartas de final com o placar de 1 a 0. Após eliminar São Paulo na fase de quartas de final e o Grêmio, o time de melhor campanha na competição, na fase de semifinal, o Cruzeiro tinha apenas um obstáculo a ser superado antes da conquista do título. A equipe adversária da equipe mineira na final seria o time do Estudiantes de La Plata. A equipe argentina já havia enfrentado o Cruzeiro por duas vezes na competição durante a fase de grupos. Na primeira partida, estréia de Kléber com a camisa do Cruzeiro, a vitória veio com dificuldade. Somente no segundo tempo o Cruzeiro conseguiu abrir o placar. Kléber foi decisivo. Após sua entrada o Cruzeiro marcou os três gols que lhe deram a vitória, final Cruzeiro 3, Estudiantes 0. Já na segunda partida, ainda pela fase grupos, o Cruzeiro sofreu uma goleada histórica na argentina, 4 a 0. Muitos culparam os imprevistos acontecidos durante a ida do ônibus da delegação celeste para o estádio. O trânsito estava ruim, o motorista tentou cortar caminho e acabou se perdendo com toda a delegação Cruzeirense que chegou ao estádio com mais de 20 minutos de atraso. A desculpa foi aceita pelos torcedores e nas paridas seguintes o time se reencontrou dentro de campo e mostrou ao torcedor que merecia um voto de confiança. Quis o destino que Cruzeiro e Estudiantes se encontrassem novamente, só que desta vez na grande final. O Cruzeiro, comandado por Fábio, Kléber e Ramíres buscava o tri campeonato na competição, já a equipe argentina, lutava pela conquista de seu quarto título da Libertadores.
A primeira partida foi disputada na argentina e o jogo foi muito tenso. Jogando em casa a equipe argentina tentou se impor em campo e queria abrir o placar o mais cedo possível. Só não conseguiu graças à excepcional atuação do goleiro Fábio. O goleiro celeste foi impecável e realizou, no mínimo, três milagres. Defesas à queima roupa ou em tiros de longa distância fizeram de Fábio o herói do primeiro jogo da final o placar final,0 a 0 deu ao Cruzeiro a segurança de decidir o título em sua casa. A festa foi armada, quem imaginaria que o Cruzeiro não venceria o Estudiantes no minerão? Ninguém. Após o empate em 0 a 0 na Argentina, o título estava muito perto do Cruzeiro. Ao desembarcar da Argentina trazendo o 0 a 0 na bagagem a conquista do título era questão de tempo. Um alvoroço tomou conta da cidade. Muitos torcedores desfilando orgulhosos pelas ruas, mesmo após o Cruzeiro perder um clássico para o Atlético, vestindo azul não deram a mínima e só pensavam na conquista tão próxima. Bancas de jornal vendendo pôsteres, faixas de campeão já eram vistas atravessando o peito de vários torcedores do Cruzeiro. As chances de gol perdidas pelo Cruzeiro em La Plata pouco importavam, todos tinham a convicção de que o Cruzeiro venceria com facilidade a partida no Mineirão. A festa estava preparada. A imprensa também entrou no clima. San Lorenzo, River Plate foram alguns dos nomes utilizados pela mídia para se referir ao Estudiantes de La Plata. Pouco importava, era óbvio que o Cruzeiro conquistaria o título. Tudo estava certo, o clima de já ganhou tomou conta da decisão, porém, só se esqueceram de um detalhe, esqueceram do time do Estudiantes. Esqueceram que o time de La Plata era tri campeão da competição. Esqueceram que o time de La Plata era argentino e principalmente, se esqueceram de que no time de La Plata tinha um certo Verón. O maestro argentino, La bruxita, transformou o sonho do tri em pesadelo.
O jogo começou muito nervoso, as duas equipes tiveram muita cautela durante todo o primeiro tempo e pouco criaram. O que se viu no primeiro tempo foi a nítida apatia cruzeirense diante de um adversário muito bem preparado. Enquanto o time argentino estava muito consciente do que fazia dentro de campo, o Cruzeiro só demonstrava nervosismo. Nem mesmo Ramires mostrou futebol. O clima de já ganhou foi tamanho que os jogadores se esqueceram deque antes de se comemorar uma conquista, é preciso concretizá-la.
Um pouco de sorte é sempre bem vinda e foi com a ajuda dela que Henrique abriu o placar logo no início do segundo tempo. Após um chute de fora da área, a bola desviou na defesa e enganou o goleiro argentino que nada pôde fazer para evitar o gol celeste. Festa no Mineirão.
Apesar do gol, a equipe mineira continuou demonstrando muito nervosismo. A impressão foi a de que o Cruzeiro sentiu mais o gol do que a equipe argentina. O time azul não apresentou um bom futebol e contar apenas com a sorte para ganhar uma taça Libertadores não é suficiente. A equipe argentina continuou muito segura em campo e seis minutos após sofrer o gol conseguiu empatar a partida. O bom camisa 10 argentino, Gaston Fernandes, finalizou o cruzamento rasteiro desviando a bola para o fundo do gol de Fábio. Tudo igual o Placar: Cruzeiro 1 Estudiantes 1. Não demorou muito para a equipe argentina virar o jogo. Aos 27 minutos após escanteio cobrado por Verón, o atacante Bosseli marcou o gol do título com uma bela cabeçada. O nervosismo e a apatia demonstrados pelo Cruzeiro durante todo o jogo aumentaram e o título, tão perto antes do jogo, estava agora nas mãos dos argentinos. Quanto mais o tempo passava maior era o nervosismo do Cruzeiro e, maior também era a calma dos argentinos. Final de jogo e toda a festa preparada na véspera foi adiada por mais alguns anos. Mas pra quem pensa que não houve festa em Belo Horizonte vale à pena registrar que a torcida argentina ganhou milhões de novos “aliados”. A torcida do Atlético fez questão de comemorar junto com toda a delegação argentina a conquista do título.

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