Lamentavelmente o arbitro Alício Pena Júnior ( ex FIFA) apareceu mais do que qualquer estrela do espetáculo. Dizer que esse ou aquele erro cometido por Alício definiria o clássico pode não ser adequado; o se deve sempre permanecer do lado de fora das quatro linhas. Eventualmente, o “se” toma proporções tão grandes que acaba sendo inevitável tentar não deixá-lo entrar em campo. Os erros cometidos por Alício foram cruciais. Logo no primeiro ataque atleticano, o meia Carlos Alberto avançava livre na entrada da meia lua, conduzindo a bola em direção ao gol, quando foi “atropelado” pelo zagueiro Leo Fortunato. Foi unânime, todos que viram o lance têm a mesma opinião: a falta, fora da área, realmente aconteceu. A única opinião que diverge das demais foi a mais importante; a do árbitro. Alício Pena Júnior, para íra dos atleticanos, não marcou a infração clara. Leo Fortunato era o último jogador da defesa do Cruzeiro e não exitou em derrubar Carlos Alberto antes que ele invadisse a área. Se marcasse a falta, Alício deveria expulsar o zagueiro celeste. Dizer que o lance definiria a partida pode parecer prematuro mas com certeza se o o time celeste tivesse, logo no início da partida, um zagueiro a menos em campo a história do jogo poderia ter sido outra. Tirando a participação lamentável do árbitro, o jogo foi bom. A partida foi bastante movimentada e as duas equipes criaram boas oportunidades de gol.
De um lado a velocidade e habilidade do ataque atleticano, e do outro a técnica e o entrosamento do ataque do Cruzeiro. O primeiro gol da partida saiu aos 18 minutos após cobrança de escanteio. A defesa atleticana cortou parcialmente a bola que sobrou na lateral esquerda para Diego Tardelli. O atacante tentou se livrar da marcação de Jancarlos mas perdeu a bola e não conseguiu puxar o contra- ataque. O lateral direito do Cruzeiro alçou a bola na área e Ramires cabeceou no canto alto esquerdo do gol de Juninho. Cruzeiro 1 a 0. As duas equipes continuaram criando muitas oportunidades. Ainda no primeiro tempo, Éder Luís e Diego Tardelli perderam a chance de empatar a partida desperdiçando várias oportunidades. Enquanto isso, Alício continuava perdido em campo. Invertia várias faltas, aplicava com rigor cartões para o Atlético e em lances praticamente idênticos, simplesmente não marcava nada contra o Cruzeiro. O nervosismo tomou conta do time atleticano.
Aos 37 minutos Alício expulsou de campo o zagueiro Welton Felipe do Atlético. O zagueiro já estava “amarelado” e após cometer uma falta considerada por muitos comum, recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso de campo. Aos 43 minutos o atacante Soares invadiu a área atleticana e marcou o segundo gol do Cruzeiro no jogo em uma falha do goleiro Juninho. O chute cruzado passou por baixo do corpo do goleiro. Coincidentemente, a falta de critérios de Alício favorecia sempre ao time azul. Logo na volta do intervalo toda a equipe atleticana subiu para o gramado e foi em direção ao árbitro da partida. Pressioná-lo parecia ser insuficiente, as reclamações não fariam com que os erros fossem corrigidos, mas o gesto serviu para que o Atlético mostrasse todo sua indignação com a postura adotada pelo árbitro no primeiro tempo. Com um homem a mais em campo, o Cruzeiro administrou a partida até os 15 minutos do segundo tempo. Depois disso, o time de Adilson Batista demostrou um desinteresse perigoso. Permitiu que o Atlético, mesmo com um homem a menos em campo continuasse criando boas oportunidades de gol. As tabelas criadas pelos atacantes atleticanos eram sempre desperdiçadas, o ataque alvinegro não estava em uma tarde muito inspirada.
O Atlético consegui diminuir o placar em uma cobrança de penalti. O meia Carlos Alberto invadiu a área e foi derrubado pelo goleiro Fábio. Mais um lance para a coleção de erros de Alício. Fábio deveria ter sido expulso de campo. Era o último jogador e evitou, cometendo o penalti, que Carlos Alberto marcasse para o Atlético. Curiosamente, Alício aplicou cartão amarelo para o goleiro Fábio. O cruzeiro já tinha realizado as três alterações permitidas e se Fábio tivesse sido expulso, Adilson teria que improvisar um jogador de “linha” no gol. Tardelli com muita categoria e até “paradinha”, marcou seu XXX gol no campeonato e o gol de honra do Atlético no clássico. Nos dez minutos finais o atlético continuou atacando, criando e desperdiçando oportunidades de empatar a partida. Final Cruzeiro 2 Atlético 1.
O time de Emerson Leão começa a ter uma identidade. Ainda apresenta muitos erros, principalmente no meio de campo; o setor erra muitos passes e pouco “pegador”. Os volantes atleticanos dão muita liberdade aos meias adversários que ditam, com tranquillidade, o rítimo da partida. Além do meio campo, o principal problema do Atlético está no gol.
A equipe alvinegra é historicamente conhecida por sempre ter e revelar grandes goleiros. Cafunga, Ortiz, Carlos, Tafarrel, Veloso, Danrley, Bruno e Diego são apenas alguns dos que defenderam à altura a camisa 1 do Galo. Alexandre Kalil e Bebeto de Freitas precisam urgentemente contratar um goleiro para o Atlético.
Em Nova Lima não foi diferente: a polêmica também esteve presente. O Villa Nova não faz uma boa campanha e, ameaçado de rebaixamento, vive um dos piores momentos de sua história. Mesmo assim, vencia o América até os 47 do segundo tempo quando em uma falta fora da área, seguindo orientações do bandeirinha, o árbitro marcou pênalti para o América. Luciano marcou e empatou a partida. O Villa perdeu dois preciosos pontos e segue sem vencer no campeonato. Os pontos perdidos devido ao erro da arbitragem, com certeza farão muita falta ao Villa na reta final do campeonato. (VR)
domingo, 22 de fevereiro de 2009
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