domingo, 22 de fevereiro de 2009

Clássico Polêmico

Lamentavelmente o arbitro Alício Pena Júnior ( ex FIFA) apareceu mais do que qualquer estrela do espetáculo. Dizer que esse ou aquele erro cometido por Alício definiria o clássico pode não ser adequado; o se deve sempre permanecer do lado de fora das quatro linhas. Eventualmente, o “se” toma proporções tão grandes que acaba sendo inevitável tentar não deixá-lo entrar em campo. Os erros cometidos por Alício foram cruciais. Logo no primeiro ataque atleticano, o meia Carlos Alberto avançava livre na entrada da meia lua, conduzindo a bola em direção ao gol, quando foi “atropelado” pelo zagueiro Leo Fortunato. Foi unânime, todos que viram o lance têm a mesma opinião: a falta, fora da área, realmente aconteceu. A única opinião que diverge das demais foi a mais importante; a do árbitro. Alício Pena Júnior, para íra dos atleticanos, não marcou a infração clara. Leo Fortunato era o último jogador da defesa do Cruzeiro e não exitou em derrubar Carlos Alberto antes que ele invadisse a área. Se marcasse a falta, Alício deveria expulsar o zagueiro celeste. Dizer que o lance definiria a partida pode parecer prematuro mas com certeza se o o time celeste tivesse, logo no início da partida, um zagueiro a menos em campo a história do jogo poderia ter sido outra. Tirando a participação lamentável do árbitro, o jogo foi bom. A partida foi bastante movimentada e as duas equipes criaram boas oportunidades de gol.
De um lado a velocidade e habilidade do ataque atleticano, e do outro a técnica e o entrosamento do ataque do Cruzeiro. O primeiro gol da partida saiu aos 18 minutos após cobrança de escanteio. A defesa atleticana cortou parcialmente a bola que sobrou na lateral esquerda para Diego Tardelli. O atacante tentou se livrar da marcação de Jancarlos mas perdeu a bola e não conseguiu puxar o contra- ataque. O lateral direito do Cruzeiro alçou a bola na área e Ramires cabeceou no canto alto esquerdo do gol de Juninho. Cruzeiro 1 a 0. As duas equipes continuaram criando muitas oportunidades. Ainda no primeiro tempo, Éder Luís e Diego Tardelli perderam a chance de empatar a partida desperdiçando várias oportunidades. Enquanto isso, Alício continuava perdido em campo. Invertia várias faltas, aplicava com rigor cartões para o Atlético e em lances praticamente idênticos, simplesmente não marcava nada contra o Cruzeiro. O nervosismo tomou conta do time atleticano.
Aos 37 minutos Alício expulsou de campo o zagueiro Welton Felipe do Atlético. O zagueiro já estava “amarelado” e após cometer uma falta considerada por muitos comum, recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso de campo. Aos 43 minutos o atacante Soares invadiu a área atleticana e marcou o segundo gol do Cruzeiro no jogo em uma falha do goleiro Juninho. O chute cruzado passou por baixo do corpo do goleiro. Coincidentemente, a falta de critérios de Alício favorecia sempre ao time azul. Logo na volta do intervalo toda a equipe atleticana subiu para o gramado e foi em direção ao árbitro da partida. Pressioná-lo parecia ser insuficiente, as reclamações não fariam com que os erros fossem corrigidos, mas o gesto serviu para que o Atlético mostrasse todo sua indignação com a postura adotada pelo árbitro no primeiro tempo. Com um homem a mais em campo, o Cruzeiro administrou a partida até os 15 minutos do segundo tempo. Depois disso, o time de Adilson Batista demostrou um desinteresse perigoso. Permitiu que o Atlético, mesmo com um homem a menos em campo continuasse criando boas oportunidades de gol. As tabelas criadas pelos atacantes atleticanos eram sempre desperdiçadas, o ataque alvinegro não estava em uma tarde muito inspirada.
O Atlético consegui diminuir o placar em uma cobrança de penalti. O meia Carlos Alberto invadiu a área e foi derrubado pelo goleiro Fábio. Mais um lance para a coleção de erros de Alício. Fábio deveria ter sido expulso de campo. Era o último jogador e evitou, cometendo o penalti, que Carlos Alberto marcasse para o Atlético. Curiosamente, Alício aplicou cartão amarelo para o goleiro Fábio. O cruzeiro já tinha realizado as três alterações permitidas e se Fábio tivesse sido expulso, Adilson teria que improvisar um jogador de “linha” no gol. Tardelli com muita categoria e até “paradinha”, marcou seu XXX gol no campeonato e o gol de honra do Atlético no clássico. Nos dez minutos finais o atlético continuou atacando, criando e desperdiçando oportunidades de empatar a partida. Final Cruzeiro 2 Atlético 1.
O time de Emerson Leão começa a ter uma identidade. Ainda apresenta muitos erros, principalmente no meio de campo; o setor erra muitos passes e pouco “pegador”. Os volantes atleticanos dão muita liberdade aos meias adversários que ditam, com tranquillidade, o rítimo da partida. Além do meio campo, o principal problema do Atlético está no gol.
A equipe alvinegra é historicamente conhecida por sempre ter e revelar grandes goleiros. Cafunga, Ortiz, Carlos, Tafarrel, Veloso, Danrley, Bruno e Diego são apenas alguns dos que defenderam à altura a camisa 1 do Galo. Alexandre Kalil e Bebeto de Freitas precisam urgentemente contratar um goleiro para o Atlético.

Em Nova Lima não foi diferente: a polêmica também esteve presente. O Villa Nova não faz uma boa campanha e, ameaçado de rebaixamento, vive um dos piores momentos de sua história. Mesmo assim, vencia o América até os 47 do segundo tempo quando em uma falta fora da área, seguindo orientações do bandeirinha, o árbitro marcou pênalti para o América. Luciano marcou e empatou a partida. O Villa perdeu dois preciosos pontos e segue sem vencer no campeonato. Os pontos perdidos devido ao erro da arbitragem, com certeza farão muita falta ao Villa na reta final do campeonato. (VR)

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